Enxaqueca

A enxaqueca é uma doença neurológica caracterizada por fortes e recorrentes crises de dor de cabeça. Estes episódios são muitas vezes acompanhados por outros sintomas, como náuseas, vómitos, sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia). A intensidade e a duração das crises de enxaqueca podem variar: algumas duram horas, enquanto outras podem prolongar-se por vários dias.

Na enxaqueca, o funcionamento do sistema nervoso encontra-se desregulado, sobretudo devido à hiperestimulação e à inflamação. A enxaqueca pode perturbar significativamente a vida quotidiana e muitas vezes leva a uma diminuição da produtividade e ao isolamento social. Muitas pessoas que sofrem de enxaqueca sentem que, durante um certo período, não conseguem realizar as suas atividades normais.

O que acontece no corpo?

Durante um ataque de enxaqueca, certas áreas do cérebro, especialmente no tronco cerebral, tornam-se hiperactivas. Isso afecta os vasos sanguíneos e os nervos que fornecem a cabeça e o rosto. Primeiro, os vasos sanguíneos contraem-se frequentemente (o que pode provocar uma aura), depois dilatam-se repentinamente, levando a uma dor de cabeça pulsátil. Ao mesmo tempo, são libertadas substâncias pró-inflamatórias que reforçam os sinais de dor e provocam uma dilatação adicional dos vasos sanguíneos.

Parece também haver uma perturbação no fornecimento de energia às células cerebrais: as mitocôndrias, as centrais energéticas das células, funcionam de forma menos eficiente, tornando o tecido cerebral mais sensível a estímulos. Isso explica porque a luz, o som ou o cheiro são mal tolerados durante um ataque.

Além disso, a comunicação entre o intestino, as hormonas e o cérebro desempenha um papel importante. Oscilações, por exemplo, de estrogénio e insulina ou um desequilíbrio no microbioma intestinal, podem aumentar a sensibilidade do sistema nervoso a estímulos. Através do nervo vago e do sistema imunitário, o intestino influencia a actividade cerebral e vice-versa, tornando a enxaqueca não apenas uma doença cerebral, mas um problema sistémico em que vários órgãos colaboram.

Como é que isto surge?

A causa exacta da enxaqueca não é totalmente clara, mas está frequentemente associada a factores genéticos e ambientais. Fatores desencadeantes como o stress, alterações hormonais, certos alimentos, mudanças meteorológicas e falta de sono podem provocar crises de enxaqueca. Nas mulheres, a enxaqueca é por vezes associada a flutuações hormonais durante o ciclo menstrual, gravidez ou menopausa.

Os desencadeantes típicos são as flutuações hormonais, o stress, a privação de sono, certos alimentos, uma flora intestinal desequilibrada e a deficiência de magnésio. A enxaqueca começa frequentemente com sinais de aviso, conhecidos como "aura". Isso pode manifestar-se em perturbações visuais como flashes de luz ou manchas cegas, assim como formigueiros ou dormência em partes do corpo. Durante um ataque de enxaqueca, ocorrem actividades cerebrais anormais e alterações no fluxo sanguíneo, causando dores de cabeça e sintomas associados.

O que podes fazer?

A regularidade no sono, a redução do stress e uma glicemia estável são essenciais. Uma alimentação rica em fibras e pobre em agentes inflamatórios ajuda, tal como uma hidratação adequada e momentos de relaxamento. O magnésio, as vitaminas do complexo B e extractos vegetais como o gengibre ou a curcuma podem contribuir para a diminuição das crises.

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